quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Rei Lear - Peça de William Shakespeare



 RESUMO DA OBRA
 
A obra literária, O Rei Lear, escrita por William Shakespeare, no ano de 1606, apenas dez anos antes de sua morte, relata a trágica velhice de um soberano que sem conseguir um filho que tomasse o seu lugar no trono bretão,  deixando a “sucessão” às três filhas mulheres, que, necessariamente, à coroa do velho monarca destinariam um dos esposos das filhas. Outra tragédia na vida desse soberano foi se ver como um estorvo nas mãos de suas herdeiras, das quais, Cordélia, a filha mais jovem, não queria casar-se, preferindo proteger o pai ancião da ganância de suas irmãs, Goneril e Regana, e seus respectivos maridos, que almejavam o reino da Bretanha.
Nesse universo europeu da Idade Média, acontece uma das melhores dramaturgias shakesperianas, enfatizando a problemática da velhice e o fardo pesado que o ancião torna-se para sua família; mesmo que o idoso seja um sábio e bondoso soberano monárquico, como é o caso do rei Lear.
O amor dedicado de Cordélia – que preferira não casar para não dividir este amor com o esposo, levou-a a desprezar a parte que lhe tocara no reino, fazendo com que o velho rei a tomasse como estranha, afirmando não mais ser ela sua filha, Lear expulsa-a de casa.
A partir desse ponto, o drama passa a retratar a condição de estorvo que o rei ancião ocupa, morando ora na companhia de Goneril, ora na companhia de Regana. Ambas são intolerantes às dificuldades de discernimento do velho Lear; agem indiferentes a sua idade avançada, não empreendendo qualquer esforço no sentido de compreender as atitudes  desconexas do pai ancião. Diante das fortes repreensões destas, o rei prefere partir e viver com estranhos.
É justamente nesse ponto, no abandono aos idosos, em face do peso que eles representam, que a grandiosidade literata de Shakespeare torna-se clássica, pois trata de um assunto bastante atual e comum entre as famílias; algo atemporal, que foi ontem, é hoje e será no futuro. Aqui, a obra O Rei Lear faz-se eterna, porque em qualquer tempo da história humana haverá pais esquecidos pelos seus filhos, amargando a dor e a solidão, jogados à mercê da caridade social, padecendo no desgaste e na caduquez, vivendo de forma lastimável e miserável a realidade impiedosa da velhice.
Uma vez jogados na sarjeta da existência, bem ao exemplo de Rei Lear, os velhos definham na saudade e na falta do aconchego familiar; sendo ínfimo o número de filhos que voltam a visitá-los ou resgatá-los à sua guarda e responsabilidade; conforme fez Cordélia – a filha mais nova do monarca shakesperiano que, mesmo renegada pelo pai, continuou a protegê-lo à distância, indiretamente, livrando-o da perversidade das outras filhas.

 
 http://mscamp.wordpress.com/paginas-escritas/william-shakespeare/rei-lear/

Nenhum comentário:

Postar um comentário